Vítimas de pedofilia precisam de mais atenção, reitera órgão do Vaticano
Da Canção Nova, com Rádio Vaticano em italiano
Encontrar novas formas para dar mais voz às vítimas de pedofilia.
Esse é o empenho assumido pela Pontifícia Comissão para a Proteção dos
Menores ao término da oitava plenária do organismo neste domingo, 26.
Em comunicado, a comissão agradeceu o trabalho de Marie Collins – que recentemente deixou a comissão
– pelo seu empenho contra a pedofilia e deseja que, quando uma vítima
de abuso escreva à Santa Sé, possa receber rapidamente uma resposta, em
sinal de transparência.
A saída de Marie Collins foi um dos temas centrais da reunião. A
irlandesa sofreu abusos sexuais por parte de religiosos quando criança e
representava as vítimas na comissão. Na carta de demissão enviada ao
Papa Francisco, ela manifestou frustração pela falta de colaboração de
alguns membros da Cúria Romana.
No comunicado após a reunião desse fim de semana, a Pontifícia
Comissão agradeceu pela participação de Marie e manifestou apoio pelo
seu trabalho em favor das vítimas dos abusos e para a prevenção de todo
tipo de abuso contra os menores. Os membros da comissão também
agradeceram Marie Collins por sua disponibilidade de continuar o
trabalho nos programas de educação para os novos bispos e escritórios da
Cúria Romana.
“A Comissão concordou de modo unânime em encontrar novas vias para
assegurar que seu trabalho seja modelado com e pelas vítimas de abusos”,
informa o comunicado. Muitas ideias foram implementadas e estão sendo
atentamente consideradas para serem levadas ao Santo Padre.
A resposta às vítimas quando escrevem à Santa Sé também foi um ponto
importante na reunião. Os membros concordaram sobre a necessidade de dar
respostas rápidas e pessoais, como forma de avançar na transparência. A
comissão reconhece que esse é um trabalho que requer esforço, tendo em
vista o volume e a natureza da correspondência e requer recursos e
procedimentos claros e específicos.
Trabalho com a Doutrina da Fé
A comissão para a proteção dos menores continua a trabalhar
encorajada pelo Papa Francisco para assistir as igrejas locais em sua
responsabilidade pela proteção dos menores, através de visitas in loco e
conferências. Representantes das conferências episcopais já estão sendo
recebidos pela comissão quando vão a Roma para encontrar-se com o Santo
Padre.
O comunicado reitera também que um elemento essencial para a luta
contra os abusos na Igreja são as linhas-guia da pontifícia comissão. Há
ainda o desejo de trabalhar junto à Congregação para a Doutrina da Fé
em comunicar essas orientações às conferências episcopais e congregações
religiosas seja diretamente seja pelo site da comissão.
(www.protectionofminors.va).
A Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores foi instituída pelo Papa Francisco em 2014. O grupo reúne especialistas, em grande parte psicólogos, para combater a pedofilia.
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