Precisamos falar mais sobre o Céu
“O que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. (1Cor 2,9).
Você já deve ter refletido
em algum momento da sua vida acerca do que é felicidade, sobre o que te faz
feliz, bem como o que te faria feliz e, mais ainda, o que te faria
completamente feliz... Certamente encontrar respostas completas e suficientes
para tais perguntas é realmente difícil, visto que é natural do ser humano
buscar entender sobre sua existência, e mais natural ainda é entender que nada
será suficiente para responder a esses questionamentos.
A Ciência tenta (divaga muito
também), mas não consegue. Os teólogos tentam, aprofundam-se, mas sempre
existirão lacunas que os quais não poderão responder. Isso porque, assim como
os nossos sacerdotes falam “Eis o mistério da fé” após a consagração do Pão e
do Vinho durante a missa, o ato de crer e confiar naquilo que foge da nossa racionalidade
é o que mais deve ser rogado a Deus em nossas orações, sendo a fé o combustível
essencial para fazer parte e entender os pilares da verdadeira fé, a Católica:
a Tradição, as Escrituras e o Magistério.
A epístola aos Hebreus
(11,1) nos diz que “a fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito
do que não se vê”. Mas que esperança é essa? Que espera é essa, cuja fé é
fundamental? A Felicidade Eterna! O Céu. É comum encontrarmos pessoas que se
dizem cristãs desacreditando no céu transcendente, assim como nos coloca o
Catecismo e a Fé Católica. É comum ver as pessoas negligenciarem algo que é tão
primordial, digno de reflexão e principalmente digno da nossa luta diária.
Sabemos que a santidade é a busca
pela perfeição, a busca por sermos como Deus é Santo, a busca diária de seguir
os passos de Jesus, agir como Jesus e amar como Jesus, mas principalmente,
devemos entender que a santidade é a busca pelo Céu. Empiricamente, a Felicidade
Eterna pode ser entendida quando, ao olharmos pra nós mesmos, percebemos que
nada (nem ninguém) é capaz de nos preencher. Sim, nós encontramos coisas que
nos fazem felizes em sua pequenez... E como isso é belo e santo! Encontramos
traços da felicidade em quem amamos, bem como no que fazemos: emprego,
faculdade, serviço à Igreja. Podemos, ainda, enxergar a felicidade em toda a
criação: em uma bela flor, em uma criança. Entretanto, são apenas traços. Como
Padre Léo bem nos falava, são coisas pequenininhas que apresentam carimbo de Céu,
carimbo do alto, mas que não se comparam com a felicidade que está por vir, com
a completude reservada para nós, com a graça de voltarmos ao Pai que nos criou,
por amor.
Cremos que a multidão das almas, que já estão reunidas com Jesus e Maria no Paraíso, constituem a Igreja do céu, onde gozando da felicidade eterna, vêem Deus como Ele é (cf. 1Jo 3,2) (33), e participam com os santos Anjos, naturalmente em grau e modo diverso, do governo divino exercido por Cristo glorioso, uma vez que intercedem por nós e ajudam muito a nossa fraqueza, com a sua solicitude fraterna.
Essas
são as palavras proferidas pelo Papa Paulo VI, em junho de 1968, como profissão
de fé na conclusão do ano da fé durante
o centenário do martírio dos apóstolos Pedro e Paulo. Claramente, vemos a
Igreja do Céu como um dogma de fé, já confirmado pela Igreja há séculos e
séculos, embora negada por muitos na realidade atual.
“Ora, a vida eterna consiste
em que conheçam a Ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste.”
(Jo 17, 3). Jesus deixa explícito, em poucas palavras, na Oração Sacerdotal,
que a Eternidade é o conhecimento efetivo de Deus, é o nosso repousar diante
das incertezas da vida, é o nosso prêmio depois das grandes lutas, é a glória
daquela Cruz que Jesus afirmou que carregaríamos ao seguirmos junto a Ele (Mt
16, 24).
Cruzes, dificuldades, quando
são centradas em Deus, trazem em si o carimbo do Céu. Portanto, saibamos
construir o caminho pra Vida Eterna, busquemos entender as vontades de Deus
para nossas vidas a fim de obedecê-las em todas as instâncias: pensar, agir
sentir. Somos humanos. Somos falhos, somos marcados pelo pecado original, mas
acima de tudo, somos marcados pelo Sacrifício Salvífico da Cruz, que se encerra
a cada missa, com a ressurreição de Cristo, por amor, simplesmente por amor, amor
esse capaz de nos completar, de nos fazer felizes, como ninguém é capaz de
imaginar, visto que foge da inteligência humana.
Afinal, como bem diz Santa
Teresinha das Rosas “A vida é apenas um sonho, em breve acordaremos.” Eu quero acordar nos braços do
Pai, contemplando Sua Sagrada Face. Como nos diz, também, São Filipe Néri, "Eu prefiro o Paraíso". E você?
Ouça essa bela canção do Juninho Cassimiro, reflita e pense sobre o Céu que nos aguarda:
Referências:
Tem
18 anos, é estudante de Farmácia na UFAL e integrante do Movimento TLC-
Diocese de Palmeira dos Índios/AL.
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