A misericórdia de Deus supera nossas más escolhas
"Disse também: Um homem tinha dois filhos. O mais moço disse a seu pai: Meu pai, dá-me a parte da herança que me toca. O pai então repartiu entre eles os haveres. Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo dissolutamente." Lc 15, 11-13
A
passagem do Evangelho citada, retirada da parábola “O Filho Pródigo”, é muito
conhecida, disseminada e refletida com fins de expor e discutir acerca da
misericórdia de Deus para/com seus filhos. Sendo Deus esse Pai que recebe a
cada um de nós, independente de termos O abandonado, independente dos caminhos
que percorremos e das faltas que cometemos... O qual apenas pede de nós um
coração contrito, arrependido, e, que creia, principalmente, em Seu amor e em Sua
misericórdia incessante. Assim, na hora de nossa volta, estará Ele de braços
abertos, a nos acolher e nos devolver nosso lugar de filhos.
Assim...
Vale a pena relembrar. O Filho Pródigo tinha tudo que era preciso para ser
realizado e feliz. Agraciado de todos os bens de seu pai, todo seu amor e
dedicação, o qual tinha um bom pai, uma boa vida. Entretanto, o que pouco se
observa é algo ainda mais valioso concedido a ele: a liberdade de escolher ir e
vir, de pensar, e assim decidir de acordo com visão crítica. Ou seja, o pai lhe
dava o livre arbítrio para decidir os rumos da sua vida.
Dessa
forma, ao entendermos que Deus nos concede esse livre arbítrio desde o momento
da criação, através de Adão e Eva, pode-se entender o quão Amoroso Ele é, ao extremo
de nos permitir pensar e escolher por Ele, ou não... De acordo com a capacidade
humana que temos de amar. É isso que nos
faz sermos imagem e semelhança de Deus, é o que nos faz reinar sob os animais,
é essa capacidade de pensar, de escolher. A racionalidade.
E é
justamente nessa capacidade de escolher onde mora o perigo! A inclinação do
pecado rouba nossa pureza, a perspicácia que nos permite observar o quanto Deus
nos ama e o quanto devemos evitar ferí-lO. Jesus não esconde isso na parábola
contada: O Filho Pródigo escolheu ir. Resolveu “aproveitar” sua vida longe de
seu pai... Escolheu ser enganado pelos prazeres passageiros, mundanos e
superficiais. Parecia bom! Parecia valer a pena. Convenhamos, o pecado, de
início, apresenta-se como saboroso. Esconde seu gosto amargo... Esconde que nos
animaliza, que nos faz chegar ao nível de animais que não receberam o livre
arbítrio das mãos de Deus.
Toda
escolha tem uma consequência. O Filho Pródigo perdeu sua dignidade humana dada
pelo pai/Pai. Buscou uma nova oportunidade a ponto de não mais querer ser filho, e sim um servo de seu pai. E, ao perceber
tudo que havia acontecido consigo, envergonhou-se, rebaixou-se. Mas, um fato o
eleva de pródigo a prodígio: sua capacidade de enxergar a misericórdia em seu pai.
Ele teve coragem, foi pedir perdão, libertou-se, apesar da culpa e do remorso...
Apesar das marcas deixadas pelo pecado. Ele voltou. Sangrando, mas de pé, em
busca dessa paz. Buscou se refazer através do amor de seu pai.
Com
isso, observa-se o quanto Deus, ao nos dar o livre arbítrio, não cansa de nos amar
a ponto de receber-nos de volta, se assim quisermos, apesar de nossas más
escolhas. Ele nos quer novamente, e festeja essa volta, porque nos quer
novamente ao seu lado, contemplando Sua Sagrada Face no céu.
A fé no grande amor de Deus, dispõe a alma a ser cheia de toda a plenitude de Deus.(Beata Elizabete da Trindade)
Aqui está uma música para você refletir:
Gleice Kelly
Tem 19 anos, é estudante de Farmácia na Universidade Federal de Alagoas- UFAL e Integrante do Movimento TLC- Diocese de Palmeira dos Índios.
Escreva um comentário